TEMPOS LITÚRGICOS
O Acólito e os Tempos Litúrgicos
Os acólitos têm de ter um profundo conhecimento da liturgia. Isto não se alcança de repente; pouco a pouco, o responsável do grupo de acólitos deve ajudá-los a conseguir este objetivo.
O Concílio Vaticano II recomenda muito claramente, quando fala dos que têm algum ministério litúrgico: «É, pois, necessário incluí-los de espírito litúrgico, cada um a seu modo, e formá-los para executarem perfeita e ordenadamente a parte que lhes compete» (SC29).
O Ano Litúrgico
A Igreja celebra com uma recordação sagrada, em dias determinados ao longo do ano, a obra salvadora de Cristo. Em cada semana, no dia chamado «do Senhor», o domingo, a Igreja faz memória da ressurreição de Jesus e, além disso, uma vez por ano, celebra com mais solenidade a sua paixão, na Páscoa.
Explica todo o mistério de Cristo no ciclo do ano, desde a Encarnação e Natal até à Ascensão, Pentecostes e espera da vinda do Senhor.
O Ano Litúrgico divide-se em 5 tempos, sendo eles:
Tempo do Advento:
A palavra significa «retorno», «chegada» e vem do latim "adventus". É o tempo de quatro semanas antes do Natal e constitui, com ele e com a Epifania, uma unidade. A primeira parte deste tempo vai até 16 de Dezembro e, nela, a Igreja medita na segunda vinda do Senhor; na segunda parte, de 17 a 24 de Dezembro, a liturgia prepara-nos para as celebrações do Nascimento de Cristo.
Tempo do Natal:
Todos os anos, a 25 de Dezembro, os cristãos celebram o nascimento do Filho de Deus. Este tempo litúrgico começa ao entardecer do dia 24 e termina no domingo depois da Epifania, ou seja, no Domingo do Baptismo do Senhor. A solenidade da Epifania, 6 de Janeiro ou o domingo a seguir ao dia 1, é muito importante; nela celebramos a manifestação de Cristo Jesus a todos os povos da terra, representados pelos magos do Oriente. Podemos ainda destacar que a solenidade do dia de Natal se prolonga durante oito dias, até ao dia 1 de Janeiro, solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus; no Domingo que ocorre dentro destes dias celebra-se a festa da Sagrada Família.
Tempo da Quaresma:
Esta palavra vem do latim quadragésima dies e significa «o dia quarenta» antes da Páscoa. Começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa antes da Missa da Ceia do Senhor. Durante quarenta dias, portanto, os cristãos preparam-se para a Páscoa, e fazem-no escutando a Palavra de Deus, rezando, praticando obras de caridade e de penitência. Assim, imitamos Jesus que, durante quarenta dias e quarenta noites, se retirou para, no deserto, orar ao Pai e jejuar. Deste modo, a nossa vida renova-se, morrendo para o pecado e ressuscitando para a vida de Deus. No final deste tempo, temos a Semana Santa, que começa com o Domingo da Paixão, ou de Ramos, e termina ao começar o Domingo de Páscoa. Portanto, abarca os últimos dias da Quaresma até à Quinta-Feira Santa, pela tarde, e os dois primeiros dias do Tríduo Pascal.
Tríduo Pascal
O Tríduo (que significa «três dias») Pascal é constituído pela Sexta e Sábado Santos e pelo Domingo de Páscoa, considerando a Missa vespertina da Ceia do Senhor como seu prólogo de introdução. O Tríduo Pascal termina ao findar o Domingo da Ressurreição. Na Sexta e no Sábado não se celebra a Eucaristia, na espera da grande Vigília Pascal. Além disso, na Sexta-Feira Santa, e, segundo a oportunidade, também no Sábado Santo, celebra-se o sagrado jejum da Páscoa.
Tempo da Páscoa
Começa no Domingo da Ressurreição do Senhor e dura cinquenta dias, até ao Domingo do Pentecostes, em que celebramos a vinda do Espírito Santo. Durante estas semanas, alarga-se a festa como se se tratasse de um grande Domingo, sobretudo a primeira semana, chamada «oitava da Páscoa». Durante este tempo, vivemos a alegria da ressurreição e a vitória do amor de Deus sobre o pecado e a morte. O Aleluia ressoa durante estas semanas com todo o seu vigor.
Tempo Comum
Além dos tempos que têm um carácter próprio, restam 33 ou 34 semanas no decurso do ano nas quais não se celebra nenhum aspecto peculiar do mistério de Cristo, mas recorda-se, sobretudo, esse mistério na sua globalidade, principalmente nos domingos. O Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao domingo posterior ao 6 de Janeiro, isto é, o dia seguinte à festa do Baptismo do Senhor, e estende-se até à terça-feira antes da Quaresma; e retoma-se de novo na segunda-feira a seguir ao domingo de Pentecostes, para acabar no sábado antes do primeiro domingo do Advento. Durante estas semanas, põe-se em evidência a primazia do domingo cristão e é nos oferecida a escola permanente da Palavra bíblica. Além disso, faze-nos descobrir o valor do dia a dia e de que maneira a vida quotidiana é também um tempo de salvação.
